Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão, deixou tacho no fogão com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adélia Prado (Divinópolis, Brasil, 13/12/1935)
Poetisa, prosadora, tradutora, professora, licenciada em Filosofia.
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